quinta-feira, 4 de novembro de 2010

Homens que fizeram História

João Cândido simbolizou a luta pela dignidade humana. Sua coragem, no entanto, teve um preço alto demais. O mestre-sala dos mares foi um divisor de águas na Marinha. Graças a ele, a chibata nunca mais foi usada. Ele marcou seu espaço na história deste país.








  Deus da Guerra”, “Fantasma Imortal” ou “Morto Vivo”. Seja qual for a tradução correta do nome Zumbi, o seu significado para a história do Brasil e para o movimento negro é praticamente unânime: Zumbi dos Palmares é o maior ícone da resistência negra ao escravismo e de sua luta por liberdade. Os anos foram passando, mas o sonho de Zumbi permanece e sua história é contada com orgulho pelos habitantes da região onde o negro-rei pregou a liberdade.







Solano Trindade foi poeta, ator, teatrólogo, animador cultural. Filho de sapateiro e doméstica, nasceu no Recife a 24 de julho de 1908. Cedo tomou contato com manifestações populares e o movimento negro.
Em 1942 muda para o Rio. Filia-se ao Partido Comunista e convive com artistas, jornalistas e outros intelectuais. O primeiro livro, Poemas de Uma Vida Simples, leva o crítico Nestor de Holanda a assegurar: “Solano é o primeiro poeta preto brasileiro. Ninguém interpretou tão bem e com tanto sentimento o verdadeiro sentido da poesia preta.”
Em 1945 funda o Teatro Experimental do Negro e, em 1950, ao lado do sociólogo Edison Carneiro, o Teatro Popular Brasileiro. Os projetos correm mundo. Em 1958 lança Seis Tempos de Poesia. Depois, Cantares ao Meu Povo. Forma companhias de dança, atua no cinema, no teatro. Para o crítico Sérgio Milliet, foi um incansável: “[...] poucos fizeram tanto quanto ele pelo ideal da valorização do negro.”
Em 1969 adoece; passa por vários hospitais e um asilo. Morre solitário, numa clínica do Rio de Janeiro, em 1974. Anos antes, no poema Canto de Esperança, falou da morte:
Estou conservado no ritmo do meu povo
Me tornei cantiga determinadamente
E nunca terei tempo para morrer.







Fundando o Teatro Experimental do Negro (TEN) em 1944, pretendi organizar um tipo de ação que a um tempo tivesse significação cultural, valor artístico e função social. De início havia a necessidade urgente do resgate da cultura negra e seus valores, violentados, negados, oprimidos e desfigurados. Depois de liquidada legalmente a escravidão, a herança cultural é que ofereceria a contraprova do racismo, negador da identidade espiritual da raça negra, de sua cultura de milênios. O próprio negro havia perdido a noção de seu passado.

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